Será inaugurada nesta terça-feira (9) a galeria de arte permanente do Fórum Des. Sarney Costa, em São Luís. O nome do espaço é uma homenagem ao pintor, desenhista, cenógrafo e ilustrador maranhense Floriano de Araújo Teixeira, que ganhou prestígio nacional e internacional com seu trabalho, e faleceu no ano 2000, em Salvador (BA), aos 77 anos de idade.
A cerimônia ocorre às 10h, no hall térreo do prédio, no bairro do Calhau, onde está instalada a galeria permanente. O espaço terá obras de 25 artistas plásticos, com diferentes temas e técnicas, todas doadas para o acervo do Fórum de São Luís. Na mesma solenidade, será homenageado o escultor maranhense e professor de artes plásticas Celso Antônio de Menezes, que dá nome à primeira galeria do Fórum, que funciona desde 2014, no hall do prédio, e é destinada a exposições artísticas.
Participam da solenidade o presidente do Tribunal de Justiça do Maranhão e o corregedor-geral, desembargadores Lourival Serejo e Paulo Velten; a diretora do Fórum, juíza Andréa Perlmutter Lago; magistrados, servidores e convidados. Estarão presentes também autores das obras que compõem o acervo permanente da galeria e familiares.
Integram a Galeria Floriano de Araújo Teixeira telas dos maranhenses Amarildo Serejo, Aníbal Vital, Beto Lima, Clara Vidotti, Djalma Raposo, Elem Reis, Souza Neto (HNG), Joel Dumara, Lucas Luciano, Paullo Brito, Rob Silva, Valdemar Barros, Weyder-joe, Benilton Ferreira, Péricles Rocha, Fátima Reis, Raimundo Botelho e Francisco de Assis, que é servidor do Fórum de São Luís. O espaço conta, ainda, com telas do pernambucano Rogério Martins, do mineiro Fábio Vidotti, do paulista Milton Lozano, da piauiense Patrícia Costa, do carioca Thiago Azevedo e do francês radicado no Brasil, Pascal Bodin. Também terá uma obra do cearense Sebastião Caracas, que faleceu em maio de 2021, aos 94 anos de idade, na capital maranhense.
As telas foram doadas pelos próprios artistas plásticos quando realizaram exposições na Galeria de Arte Celso Antônio de Menezes. Há autores que não participaram de exposição no local, mas doaram obras para o acervo permanente, que conta também com quadros doados por incentivadores de arte.
Durante a inauguração será aberta a exposição, na Galeria Celso Antônio de Menezes, de 12 telas do artista Beto Lima, todas inéditas. Segundo o autor, as obras foram criadas no período da pandemia. São imagens do cotidiano, embarcações, praia, entre outras. Após 15 anos utilizando a técnica óleo sobre tela, o artista retorna com exclusividade, neste trabalho, à técnica acrílica sobre tela. A exposição fica em cartaz durante o mês de novembro.
OS HOMENAGEADOS
Floriano de Araújo Teixeira, nascido em Cajapió (MA), em 1923, foi um pintor, desenhista, cenógrafo e ilustrador maranhense. Iniciou seus estudos de desenho e pintura em São Luís (MA), entre 1935 e 1940; teve como professores Rubens Damasceno e João Lázaro de Figueiredo; trabalhou com as técnicas monotipia e xilogravura.
Na sua primeira exposição, em 1941, na capital maranhense, ganhou o prêmio com o quadro “Bêbados”. Floriano Teixeira ilustrou livros do escritor Jorge Amado, como Dona Flor e seus Dois Maridos, A Morte de Quincas Berro D’Água e O Menino Grapiúna. Também ilustrou a obra A Terra dos Meninos Pelados, do escritor Graciliano Ramos. Em 1962 passou a dirigir o Museu de Arte da Universidade Federal do Ceará.
O artista realizou várias exposições individuais e coletivas, ganhando prestígio nacional e internacional. Expôs sua arte nas cidades de Fortaleza, Salvador, Rio de Janeiro, Brasília, São Luís, São Paulo, Aracaju e Curitiba. Por duas vezes, expôs sua obra na Galeria de Arte do Cassino Estoril, em Portugal. Recebeu em São Luís, no principal evento das artes visuais da década de 1990, a Coletiva de Maio, realizada no Convento das Mercês, uma homenagem que mostrou suas obras ao grande público. Faleceu em 2000, na cidade de Salvador (BA), aos 77 anos.
Celso Antônio de Menezes nasceu em Caxias (MA). Em 1896, mudou-se para o Rio de Janeiro, em 1913, iniciando seus estudos na Escola Nacional de Belas Artes. A escultura “Primeira Mágoa” deu ao artista uma bolsa de estudo do governo maranhense e o escultor passou uma temporada em Paris (França). Na sua estada em Paris, tornou-se discípulo e auxiliar do escultor francês da Belle Époque, Antoine Bourdelle.
Em 1934, já de volta ao Brasil, Celso Antônio de Menezes passou a lecionar escultura no Instituto de Artes da antiga Universidade do Distrito Federal, onde o artista Cândido Portinari era professor. Participou intensamente do movimento modernista, juntamente com Di Cavalcanti, Anita Malfati entre outros artistas. Realizou diversas esculturas encomendadas por governos brasileiros como, por exemplo, o “Trabalhador Brasileiro”, de 1945. Entre suas últimas esculturas, destaca-se o busto do poeta Manuel Bandeira, realizado em 1966.
Expôs suas obras diversas vezes no Salão Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro e obteve menção honrosa em 1918. Suas obras também foram expostas postumamente. Em 2019, foi lançado o filme documentário “Celso Antônio, brasileiro” que retrata a trajetória de vida do escultor, um dos precursores da arte moderna no Brasil. Faleceu em 1984, na cidade do Rio de Janeiro, aos 88 anos.
Núcleo de Comunicação do Fórum de São Luís