No Maranhão, 55% dos professores da rede estadual de ensino tem contratos temporários.[, enquanto que 44% são efetivos. Na região Nordeste o percentual é inferior aos estados do Pernambuco (63%) e Ceará (57%). Os dados são de um estudo realizado pelo Todos pela Educação que apresenta o cenário nas redes estaduais de ensino no país. Este cenário mostra que a evolução da contratação temporária ao longo dos anos, mostrou que pela primeira vez, em 2022, as redes estaduais apresentou mais professores temporários do que efetivos.
O estudo do Todos Pela Educação mostra o cenário em cada uma das 27 Unidades da Federação. Em 15 estados há mais docentes temporários do que efetivos e, de 2020 a 2023, 67% dos estados aumentaram a quantidade de temporários e diminuíram a de efetivos.
No Maranhão o quadro de professores conta com 4.783 profissionais, sendo que houve involução do quadro de efetivos entre 2013 e 2023. Há diferença salarial entre os professores efetivos e os temporários. Enquanto o efetivo tem salário inicial calculado pela hora aula no valor de R$ 19,5, os emporários recebem pelo mesmo período R$ 23,5.
Segundo ainda o estudo, o perfil dos professores temporários mostra que em 2020, cerca de 32% destes tinham até 34 anos. Embora sejam mais jovens que os efetivos, é pequena a parcela de docentes
que estariam, em tese, em início de carreira. Além disso, 43,6% dos docentes temporários atuam há pelo menos 11 anos como professor, indicando que os contratos temporários são parte da realidade das redes de ensino e estão sendo utilizados para compor o corpo docente fixo. Também são apresentados dados sobre os
processos seletivos para contratação de professores temporários nas redes estaduais que, de maneira geral, utilizam apenas critérios relacionados à titulação e experiência profissional prévia.
O Todos Pela Educação aponta que três aspectos podem explicar os possíveis impactos negativos de professores temporários sobre os resultados dos estudantes: a alta rotatividade docente – que pode prejudicar o vínculo com a comunidade escolar e o efetivo desenvolvimento dos estudantes – os processos seletivos utilizados pelas redes de ensino, que em sua maioria não utilizam boas etapas de seleção e as condições de trabalho dos professores – que podem ser piores que a dos efetivos.