Instalamos o nosso acampamento na margem esquerda do rio, por sabermos que, até Boa Vista (atual Tocantinópolis), havia perigo em ficar do lado oposto, por causa dos índios bravos que aí residem aqueles que são conhecidos pelo nome de Gaviões (…) Mais de um pescador infeliz encontro a morte sob suas flechadas por ter querido apanhar algum peixe daquele lado.
(…) A margem esquerda, pelo contrário, é habitada pela tribo pacífica dos Apinajés. Mais acima e sempre na margem direita, acham-se os Caracatis, tribo perigosa”
Assim conta frei Manuel Procópio em sua “Expedição às regiões central do Brasil”, um relato sobre a instalação da povoação de Santa Tereza em 1832, que mais tardia daria origem de Imperatriz.
É forte a presença dos índios na fundação da cidade.
Um episódio de sangue marca essa história na Serra da Desordem. Para vingar a destruição do Porto da Chapada e a morte de seus habitantes pelos Sacamecrãs e Piocobigês, um grupo de bandeirantes saiu de Pastos Bons em sua direção. Armados até os dentes com armas de fogo, 86 colonizadores foram derrotados pelas bordunas dos índios. Poucos escaparam nas carreiras.
Até a fundação de Santa Teresa, todo aquele território era tomado de alto risco pela presença dos índios. Na região abaixo do rio Farinha dominavam os Canelas; no alto Grajaú e Pindaré habitavam os Gaviões; às margens do Tocantins até a foz do Araguaia, viviam os Krikati.
O relato sobre a presença dos índios na fundação de Imperatriz está na obra “Breve história de Imperatriz (ética), de Adalberto Franklin, primeiro número da série ciências humanas. Franklin assume que o trabalho foi tocado pela improvisação, escrito às carreiras para fazer parte da programação de lançamentos da III feira de Livros de Imperatriz de 2005.
É inestimável, porém sua contribuição para a passar a limpo a história desta cidade do Maranhão que polariza com São Luís a escala de importância econômica.
Imperatriz é uma terra povoada de estrangeiros. O próprio Adalberto Franklin pertence ao grupo de migrantes. Nasceu em Uruçui (PI), chegando à cidade com os pais aos 10 anos de idade. Membro fundador da cadeira nº 20 da Academia Imperatrizense de Letras, que tem como patrono Dunshees de Abranches. Sanches morreu aos 54 anos em 2017.