A escritora, roteirista e colunista do Globo Fernanda Young, que morreu em agosto aos 49 anos, recebeu um Prêmio Jabuti póstumo, na categoria Crônica, pelo seu livro “Pós-F: para além do masculino e do feminino” (LeYa). Na obra, sua única incursão na não-ficção, Fernanda explora episódios autobiográficos para discutir o que significa ser homem e ser mulher hoje. Na categoria, também concorria a jornalista Míriam Leitão, com “Refúgio no sábado” (Intrínseca).
Houve ainda um segundo Jabuti póstumo, o de poesia, para Hilda Machado, autora de “Nuvens” (Editora 34). Morta em 2007, Hilda chegou a registrar o manuscrito de “Nuvens” na Biblioteca Nacional para a proteção de direitos autorais, mas seus versos sarcásticos e de sofrimento raivoso só foram publicados no ano passado.
A primeira escritora a subir ao palco, no entanto, foi Vilma Arêas, que venceu pelo livro de contos “Um beijo por mês”, publicado pela Luna Parque — ela concorria com o colunista do Globo Geovani Martins, autor do elogiado “O sol na cabeça”.
Tiago Ferro, que já havia vencido a categoria de estreantes do Prêmio São Paulo de Literatura, levou também o Jabuti com o romance “O pai da menina morta” (Todavia), baseado na tragédia pessoal do autor, que perdeu sua filha de 8 anos em 2016.
Na categoria Humanidades, “Uma história da desigualdade” (Hucitec), do economista Pedro H. G. Ferreira de Souza, desbancou concorrentes de peso, como “Valsa brasileira” (Todavia), da também economista Laura Carvalho, e “Ser republicano no Brasil Colônia”, da historiadora Heloísa Starling (Companhia das Letras).
Este ano, o Jabuti voltou a separar as categorias Infantil e Juvenil. No ano passado, quando o prêmio foi reestruturado, as duas categorias foram unificadas. Outra mudança foi a inclusão dos livros-reportagem na categoria Biografia, Documentário e Reportagem, e não mais em Humanidades. A categoria Tradução passou do eixo Literatura para o eixo Livro, que contempla categorias técnicas, como Capa e Projeto Gráfico. A mudança impede que traduções concorram a Livro do Ano — a categoria é exclusiva para vencedores dos eixos Literatura e Humanidades.