A tradição cultural negra é valorizada pelo escritor baiano Lande Onawale em seu novo livro, Pretices e Milongas (Organismo Editora | 124 páginas | R$ 40). Autor do livro de contos Sete Diásporas Intimas (2011) e dois de poemas, O Vento (2003) e Kalunga (2011), Onawale investe mais uma vez na poesia para transitar por espaços, signos e repertórios do mundo negro no Brasil.
O livro tem orelha assinada pela pesquisadora e militante do movimento negro Lindinalva Barbosa, para quem a cada página folheada do livro, aparece “um manancial polifônico de Áfricas e diásporas salta, dança, pulula e sibila linguagens múltiplas e várias”. Para ela, o autor nos seduz para um “mar de samba, candomblé ou capoeiragem, que tanto pode ser bantu, pernambucano, baiano, maranhense, caboclo ou yorubá”, detalha.
Embora composto por versos contundentes sobre questões raciais, o escritor reflete que este livro, assim como os anteriores, não é suficiente para mudar o mundo. “É preciso que as coisas estruturais mudem. Mas é aquele clichê: livros não transformam o mundo, mas mudam pessoas, que mudam o mundo”, disse Onawale em mesa na última Festa Literária Internacional de Cachoeira.