Os números da violência no Brasil não param de aumentar. Somente no primeiro semestre do ano passado, segundo dados fornecidos pelas secretarias estaduais de segurança pública, o país chegou a 28,2 milhomicídios dolosos, lesões corporais seguidas de morte e latrocínios (roubos seguidos de morte). As vítimas na maioria são homens, jovens e negros. A cada 23 minutos um jovem negro é assassinado no país.
A possibilidade de jovens negros serem assassinados no Brasil é 2,88 vezes maior do que a de jovens brancos, segundo a 5ª edição do Índice de Homicídios na Adolescência (IHA), divulgada no ano passado. E os adolescentes do sexo masculino apresentam um risco 11,92 vezes superior ao das meninas, sendo a arma de fogo o principal meio utilizado nos crimes.
Os dados mostram que as principais vítimas de assassinatos no Brasil são os negros. Por dia, são 63 assassinatos de jovens negros no Brasil, totalizando 23 mil mortes por ano.
No Brasil, 111 municípios responderam pela metade dos homicídios no país em 2015, segundo dados do Atlas da Violência 2017. E em torno de 10% dos municípios brasileiros (5.570) registraram 76,5% de todas as mortes em território nacional.
No ano passado, a Organização das Nações Unidas (ONU) no Brasil lançou a campanha ‘Vidas Negras’, pelo fim da violência contra a juventude negra. A ação visa sensibilizar a respeito da importância de políticas de prevenção e enfrentamento da discriminação racial.
A iniciativa aborda diferentes ângulos da situação, desde a discriminação como obstáculo à cidadania plena, o tratamento desigual de pessoas negras em espaços públicos e o vazio deixado pelos jovens assassinados nas famílias e comunidades, até o problema de suspeitos pela polícia com base na cor da pele.
No Brasil, sete em cada dez pessoas assassinadas são negras, segundo o Atlas da Violência 2017. E, na faixa etária de 15 a 29 anos, cinco pessoas são vítimas de violência a cada duas horas.